SilviaB
09-02-15, 04:56 PM
Compartilhando com vocês parte de um pequeno livro (pequeno mesmo, quase um folheto) que acabei de ler:
A ALFABETIZAÇÃO MORAL EM SALA DE AULA E EM CASA,
DO NASCIMENTO AOS DOZE ANOS,
de Celso Antunes.
O livro tem como base os estudos de Piaget sobre esse assunto, começa tratando de uma educação pré-natal e descreve 3 fases pelas quais as crianças passam: anomia (até os seis anos), heteronomia (dos 7 aos 10 anos) e autonomia (a partir dos 10 anos), e é dirigido tanto a educadores como aos pais.
Quando o texto fala de moral, entende-se a definição de Piaget - “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.”
Falando um pouco sobre a ANOMIA, onde se encaixa a faixa etária que atendemos na igreja, alguns trechos:
(...) A criança, do nascimento até os seis anos de idade, necessita de carinho, ternura e afeto, necessita também da compreensão do não, dos limites claros, da coerência na afetividade que a ela se entrega. A integração desses dois paradigmas de contato – a entrega, mas também a cobrança – implica na passagem da fundamentação moral mais importante, verdadeiramente imprescindível, que é o da segurança.
Conclui-se assim que, curiosamente, a educação moral precisa ser praticada desde o nascimento, não especificamente com a criança que na fase de anomia dispensa esses adereços, mas com a imperiosa educação dos adultos que vão ficar com essa criança (pai, mãe, professor, avós), estes sim, necessitando aprender e desenvolver a difícil arte de dar e receber, entregar-se e acolher.
(...)
Constitui, pois, “ferramentas” essenciais de todos (grifo meu) quantos educam emocionalmente a criança nessa idade:
A – uma relação marcada sempre por espontânea alegria (as crianças “percebem” esse estado e respondem com maior interesse às atividades propostas quando são sugeridas dessa maneira);
B – o emprego sempre que possível de uma voz com a entonação serena, tranquila e segura;
C – dar preferência na hora de ficar com a criança a momento em que se está em estado emocional favorável, pois os pequenos regulam seu comportamento social segundo a emoção expressa por quem cuida deles, mesmo que tente disfarçar;
D- é sempre importante que crianças brinquem com outras crianças, desenvolvendo pouco a pouco, sua interpessoalidade;
E – incorporar o hábito de ouvir músicas em momentos específicos do lazer e do sono. O efeito da música suave como tranquilizante para a mente constitui hoje inabalável certeza;
F – legitimar os atos emocionais da criança, ...De maneira serena, a criança precisa descobrir que a emoção é componente indissolúvel da ação humana...As histórias e conversas que sobre seus personagens se desenvolve representa sugestivo caminho para o alcance dessa meta;
G – saber ouvir com empatia; o que a criança fala pode não ser interessante para o adulto, mas interessa, e muito, a ela mesma;
H - ...criticar o ato e não a pessoa que o causou. Infelizmente muitos pais e educadores não se dão conta dessa confusão. “Eu fico com raiva de você se sujar dessa maneira” é muito diferente de “Eu fico com raiva de ver sua roupa suja dessa maneira”.
Todos esses princípios são importantes, como é importante a quem quer que esteja junto à criança, saber ser meiga sem mimar, mostrar paixão sem entrega ilimitada, ou, como diziam e ensinavam nossa avós, ser doce, sem melar.
Páginas 20 a 22
A ALFABETIZAÇÃO MORAL EM SALA DE AULA E EM CASA,
DO NASCIMENTO AOS DOZE ANOS,
de Celso Antunes.
O livro tem como base os estudos de Piaget sobre esse assunto, começa tratando de uma educação pré-natal e descreve 3 fases pelas quais as crianças passam: anomia (até os seis anos), heteronomia (dos 7 aos 10 anos) e autonomia (a partir dos 10 anos), e é dirigido tanto a educadores como aos pais.
Quando o texto fala de moral, entende-se a definição de Piaget - “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.”
Falando um pouco sobre a ANOMIA, onde se encaixa a faixa etária que atendemos na igreja, alguns trechos:
(...) A criança, do nascimento até os seis anos de idade, necessita de carinho, ternura e afeto, necessita também da compreensão do não, dos limites claros, da coerência na afetividade que a ela se entrega. A integração desses dois paradigmas de contato – a entrega, mas também a cobrança – implica na passagem da fundamentação moral mais importante, verdadeiramente imprescindível, que é o da segurança.
Conclui-se assim que, curiosamente, a educação moral precisa ser praticada desde o nascimento, não especificamente com a criança que na fase de anomia dispensa esses adereços, mas com a imperiosa educação dos adultos que vão ficar com essa criança (pai, mãe, professor, avós), estes sim, necessitando aprender e desenvolver a difícil arte de dar e receber, entregar-se e acolher.
(...)
Constitui, pois, “ferramentas” essenciais de todos (grifo meu) quantos educam emocionalmente a criança nessa idade:
A – uma relação marcada sempre por espontânea alegria (as crianças “percebem” esse estado e respondem com maior interesse às atividades propostas quando são sugeridas dessa maneira);
B – o emprego sempre que possível de uma voz com a entonação serena, tranquila e segura;
C – dar preferência na hora de ficar com a criança a momento em que se está em estado emocional favorável, pois os pequenos regulam seu comportamento social segundo a emoção expressa por quem cuida deles, mesmo que tente disfarçar;
D- é sempre importante que crianças brinquem com outras crianças, desenvolvendo pouco a pouco, sua interpessoalidade;
E – incorporar o hábito de ouvir músicas em momentos específicos do lazer e do sono. O efeito da música suave como tranquilizante para a mente constitui hoje inabalável certeza;
F – legitimar os atos emocionais da criança, ...De maneira serena, a criança precisa descobrir que a emoção é componente indissolúvel da ação humana...As histórias e conversas que sobre seus personagens se desenvolve representa sugestivo caminho para o alcance dessa meta;
G – saber ouvir com empatia; o que a criança fala pode não ser interessante para o adulto, mas interessa, e muito, a ela mesma;
H - ...criticar o ato e não a pessoa que o causou. Infelizmente muitos pais e educadores não se dão conta dessa confusão. “Eu fico com raiva de você se sujar dessa maneira” é muito diferente de “Eu fico com raiva de ver sua roupa suja dessa maneira”.
Todos esses princípios são importantes, como é importante a quem quer que esteja junto à criança, saber ser meiga sem mimar, mostrar paixão sem entrega ilimitada, ou, como diziam e ensinavam nossa avós, ser doce, sem melar.
Páginas 20 a 22