Deus colocou espírito mentiroso ???

[Jonnys]

Gostaria que os irmãos me ajudassem na interpretação do texto:
"Agora, pois, eis que o SENHOR pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o SENHOR falou o mal contra ti." 1 Reis 22.23
Creio que o Senhor "permitiu" que um espírito mentiroso agisse, e não que Ele mesmo tenha feito isso, pra que a vontade dEle fosse realizada, o que os irmãos entendem? Gostaria de uma exegese mais explicativa!

[Fernanda Ribeiro]

Este versículo não me surpreende, existe um versículo onde o próprio Deus diz que criou o mal. Eu fiquei muito confusa com isto e começei a pesquizar e sinceramente acho que me enganei muito.

[Jonnys]

acho que me enganei muito.

MAs você se enganou com o quê?

[Jonnys]

Coloquei esse tópico para tentar ajudar alguns irmãos que talvez fiquem sem respostas ou até sem graças em responder um assunto como esses citados nas escrituras, sabendo que nos podem ser feitas perguntas como essas para tentar abalar nossa fé tentando apontar algum tipo de contradição, Devemos estar preparados para defender a Inerrância das Escrituras que são a fiel inspiração do Deus vivo.
Leiam o que diz Esse Artigo de Aureo Vieira da Silva Enviado ao Site IACP:

"Repare que, em uma reunião dos exércitos celestes, apresentou-se um espírito (entendemos que se tratava de um demônio. Nota do autor: É provável que até a primeira vinda do Senhor Jesus à essa terra era comum os espíritos malignos chegarem à presença de Deus. Compare o texto lido com Jó 1.6,7). Este espírito seria voluntário para colocar mentiras na boca dos profetas. Deus permitiu que o fato ocorresse, pois Ele tinha um propósito naquilo, mas não era Ele o autor das mentiras e sabe por quê? Porque a Palavra de Deus diz que nenhuma mentira vem da Verdade (I Jo 2.21) e que nosso Deus é a própria verdade (Jo 14.6)."

Os irmãos podem continuar postando para enriquecer nosso conhecimento!
fonte: http://www.iacp.org.br/estudos/artigo.a ... &submenu=4 (http://www.iacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=940&menu=7&submenu=4)

[Rosana Lucena]

Muito bom esse artigo ein jonnys! Vale apena os irmãos darem uma lida.
Fica na paz.

[Roberto]

Gostaria que os irmãos me ajudassem na interpretação do texto:
"Agora, pois, eis que o SENHOR pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o SENHOR falou o mal contra ti." 1 Reis 22.23
Creio que o Senhor "permitiu" que um espírito mentiroso agisse, e não que Ele mesmo tenha feito isso, pra que a vontade dEle fosse realizada, o que os irmãos entendem? Gostaria de uma exegese mais explicativa!

Jonnys

"E disse o SENHOR: Quem induzirá Acabe, para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o induzirei. E o SENHOR lhe disse: Com quê? E disse ele: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois, eis que o SENHOR pós o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o SENHOR falou o mal contra ti." 1 Rs 22:20-23


A principal dificuldade nessa questão reside no fato do Todo-poderoso aparentemente aqui dar a sanção dele para a mentira, os profetas sofreram a ação de um espírito mentiroso para sugestionar uma mentira a eles, e lhes enviou ilusões fortes para acreditarem em mentiras, cujas as mentes estavam de qualquer modo dispostas a lisonjear Acabe, a quem eles falaram isto; isso foi projetado para trazer à ruína para Acabe.

Alguns crentes têm encontrado dificuldades quase insuperáveis em alguns textos mas lembramos que essa figura de linguagem não é uma novidade nas Escrituras:

:arrow: "E se o profeta for enganado, e falar alguma coisa, eu, o SENHOR, terei enganado esse profeta; e estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu povo Israel." Ez 14:9;

:arrow: "Persuadiste-me, ó SENHOR, e persuadido fiquei; mais forte foste do que eu, e prevaleceste; sirvo de escárnio todo o dia; cada um deles zomba de mim." Jr 20:7

:arrow: "Diga, pois, nosso senhor a seus servos, que estão na tua presença, que busquem um homem que saiba tocar harpa, e será que, quando o espírito mau da parte de Deus vier sobre ti, então ele tocará com a sua mão, e te acharás melhor." 1 Sm 16:16


Essa figura de linguagem chama-se eutropopática, e significa que Deus somente levou a casa de Israel ao próprio coração deles, porque eles estavam alienados pelos ídolos. Acabe desejou ser guiado por falsos profetas, e as justiças de Deus decretaram que ele deveria ser guiado por eles à ruína. Pecado é castigado através de pecado, Ele castiga mal através de mal. Acabe tinha escolhido a mentira em vez da verdade. A dificuldade, em compreender esse fato, é a permissão do mal no mundo; do uso de mal existente por Deus para realizar os propósitos dele para o bem. Neste ponto gostaria de reportar-me à colocação da irmã Fernanda Ribeiro:


Este versículo não me surpreende, existe um versículo onde o próprio Deus diz que criou o mal. Eu fiquei muito confusa com isto e começei a pesquizar e sinceramente acho que me enganei muito.

É bom novamente lembrar que, a Bíblia representam Deus repetidamente fazendo isso no curso da providência dele. Nada pode ser feito no céu, na terra, ou inferno, pela permissão Dele. À guiza de exemplo, no pentescostes, Pedro pregou Cristo como tendo sido "entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, [e] vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos" (At 2:23).

"Determinado desígnio e presciência de Deus" significa a vontade (decretada) de Deus. "
"Mãos de iníquos" significa que a morte de Jesus foi contrária à vontade (revelada) de Deus.

Se o maior mal em todo o mundo, uma clara violação da vontade revelada de Deus, foi definitivamente decretado por Deus para o bem de seu povo, então por que nós não deveríamos crer que, de forma semelhante, todos os outros males do mundo, embora contrários aos mandamentos de Deus, enquadrem-se em sua boa, sábia e soberana vontade em favor daqueles que o amam e são chamados de acordo com seu propósito? Essa forma de enxergar Deus de modo nenhum diminui a tragédia e o sofrimento causados pelo mal, mas nos dá razão para vivermos em aleria e esperança em meio ao sofrimento. Se não houver uma distinção entre a vontade secreta de Deus (Dt 29:29) e sua vontade revelada, as afirmações bíblicas referentes aos desígnios, intensões e desejos de Deus tornam-se terrivelmente confusas.

Para não se embaraçar com esse tema é necessário rever alguns conceitos como: soberania, decreto, presciência, providência de Deus.

[Roberto]

Para que não reste dúvidas lembro que, Deus não estava aprovando ou promovendo a mentira. Tanto Acabe quanto seus profetas bajuladores já estavam envolvidos nela. O Senhor naquele momento permitiu que, por meio dela, viesse o juízo sobre o mal. Deus-se o que mais tarde escreveria Paulo em 2 Ts 2:11-12: "E por isso Deus lhe enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes, tiveram prazer na iniquidade.", portanto, a dificuldade resu-me a questão filosófico do emprego do mal.

[Ruycker]

Desculpem se existem teólogos graduados entre os que responderam, mas eu percebo que estamos discutindo somente teses teólogicas quando a pergunta pede uma resposta simples:

O conhecimento da existencia de satanás e os demônios só foi adquirido pelo povo de Deus durante o exílio na Babilônia. Antes disso (e este texto é um exemplo) o povo acreditava realmente que tanto espiritos bons como maus vinham da parte de Deus, assim como acontece nos relatos a respeito de Saul, onde o autor afirma que um espirito mau da parte de Deus tomava o rei... simples.

A Bíblia não é complicada, nós é que a complicamos quando tentamos dar respostas espirituais para todas as coisas quando sabemos que o universo não é feito somente de espiritos, mas de máteria também.

Espero ter ajudado. A Paz do Senhor.

[Roberto]

ruycker,


Desculpem se existem teólogos graduados entre os que responderam

Não existe nenhum teólogo graduado com participação nesse tópico, particulamente desconheço que haja.



O conhecimento da existencia de satanás e os demônios só foi adquirido pelo povo de Deus durante o exílio na Babilônia.

Existe opinião, conhecimento e verdade; sendo que, a afirmativa acima enquadra-se nas duas primeiras categorias, não podendo ser verdade porque trata-se de uma teoria entre várias sobre a origem da demonologia bíblica judaica. Essa teoria supõe que a origem da demonologia bíblica residiu no fato que a religião monoteísta dos hebreus solveu essas concepções do politeísmo. Os hebreu tiveram contato com nações circunvizinhas, especialmente durante o período persiano, em que babilônicos reduziam suas deidades à dimensão de demônios. Atribuir a influência do politeísmo na formação da doutrina bíblica judaica é um entendimento questionável.


o povo acreditava realmente que tanto espiritos bons como maus vinham da parte de Deus, assim como acontece nos relatos a respeito de Saul, onde o autor afirma que um espirito mau da parte de Deus tomava o rei... simples.

Não considero que seja simples mas, que você tratou a questão com simplismo que é a tendência ou prática que consiste em considerar apenas uma face ou um aspecto das coisas; simplificação exagerada; uso de meios por demais simples. Se você tivesse atentado para a pergunta do irmão, teria percebido que ele colocou à baila foi a questão filosófica da origem do mal e não a demonologia ou angelologia.

[Ruycker]

Roberto,

Discordo de você em dois pontos:

1 - Não vejo como o irmão possa ter tido uma intenção de discutir filosóficamente a questão, uma vez que pediu uma resposta exegética.
2 - A melhor maneira de se iniciar um debatee teológico (em minha opinião claro) é com uma colocação simplista, para que todos possam perceber a ideia central, após isso sim, podemos aprofundar o debate, com bases teologicas, doutrinárias, filosoficas, historicas ou tantas quanto necessárias e/ou solicitadas, podendo até mesmo utilizar-se de uma linguagem mais tecnica como a sua.

Mas enfim, como você disse, essa é só mais uma das diversas teses e teorias, pois não há palavra final quanto a algumas questões teológicas da qual esta faz parte.