Valmir Nascimento
11-05-05, 05:03 PM
A DIDÁTICA DO HUMOR
Utilizando os risos para contagiar os alunos da Escola Dominical
Por: Valmir Nascimento Milomem Santos
DEUS É GRANDE, USA SEUS VASOS PARA FAZER A SUA OBRA, MANDEI OUTRA MENSAGEM MAS Ñ SEI SE FOI ENVIADA.
A TUA MENSAGEM FOI DE GRANDE VALOR A MIM!
"SORRIR É UM GRANDE COMEÇO!" :D
DEUS ABENÇOE!
EstrelaVix
12-05-05, 12:57 PM
Que maravilha de texto!
Que Deus continue te abençoando, e te fazendo benção na vida de tantos de nós!
Achei interessante também o fato de você colocar a referência no final. Gostei de conhecer o site "profissaomestre". Tem muita riqueza por lá também. Um professor saberá lapidar aquilo e encontrar preciosidades que podem ser utilizadas no meio evangélico.
Obrigada!
Roberto
12-05-05, 01:28 PM
Assim como a técnica do giz-falante que postei no tópico http://www.ebd.escoladominical.net/foru ... php?t=1099 (http://www.ebd.escoladominical.net/forum/viewtopic.php?t=1099) que exige a habilidade natural do professor como desenhista, inevitavelmente esta técnica também requer aptidão nata para desenvolvê-la numa aula. Apesar dessa limitação acredito ser muito importante pois o humor nunca foi bem visto nas igrejas, e sendo desenvolvido nos padrões descrito no artigo poderá constituir-se numa poderosa ferramenta no ensino.
Roberto
24-05-05, 10:26 PM
A edição número 180, de março de 2005 da Revista Nova Escola, nas páginas 60, 61 e 62 trouxe também esse assunto no ensino secular.
Anedota
Papagaio Congelado
http://revistaescola.abril.com.br/imagem/180_anedota_1.gif
Um dia, um sujeito ganhou de presente um papagaio.
O bicho era uma praga. Não demorou muito,
logo se espalhou pela casa.
Atendia telefone.
Gritava e falava sozinho nas horas mais inesperadas.
Dava palpite nas conversas dos outros.
Discutia futebol.
Fumava charuto.
Pedia café;, tomava, cuspia, arregalava os olhos, esparramava semente de girassol e coco por todo lado, gargalhava e ainda gritava para o dono de casa: "ô seu doutor, vê se não torra faz favor!".
Uma noite, a família recebeu uma visita para jantar.
O papagaio não gostou da cara do visitante e berrou: "vai embora, ratazana!" e começou a falar cada palavrão cabeludo que dava medo.
Depois que a visita foi embora, o dono da casa foi até
o poleiro. Estava furioso:
– Seu mal-educado, sem-vergonha de uma figa!
Estou cheio! Agora você vai ver o que é bom pra tosse.
Agarrou o papagaio pelo cangote e atirou dentro da geladeira:
– Vai passar a noite aí de castigo!
Depois, fechou a porta e foi dormir.
No dia seguinte, saiu atrasado para o trabalho e esqueceu o coitado preso na geladeira.
Só foi lembrar do bicho à noite, quando voltou para casa.
Foi correndo abrir a geladeira.
O papagaio saiu trêmulo e cabisbaixo, com cara arrependida, cheio de pó gelado na cabeça.
Ficou de joelhos.
Botou as duas asas na cabeça.
Rezou.
Disse pelo amor de Deus.
Reconheceu que estava errado.
Pediu perdão.
Disse que nunca mais ia fazer aquilo.
Jurou que nunca mais ia fazer coisa errada, que nunca mais ia atender
telefone e interromper conversa, nem xingar nenhuma visita.
Jurou que nunca mais ia dizer palavrão e nem "vai embora ratazana".
Depois, examinando o homem com os olhos arregalados, espiou dentro da geladeira e perguntou:
Queria saber só uma coisa: o que é que aquele franguinho pelado, deitado ali no prato, fez?
<font size="1">______________________________ _________________________
Anedota recontada por Ricardo Azevedo, ilustrada por Michele</font></P>[/html]
Plano de aula
Anedota é um gênero popular muito rico
http://revistaescola.abril.com.br/imagem/180_anedota_2.gif
Quem nunca deu boas gargalhadas com uma história engraçada?
Gênero oral bastante popular, a anedota não tem, de acordo com alguns especialistas, o mesmo prestígio que o conto e o romance.
"Puro preconceito", afirma Roberta Hernandes Alves, professora de Língua Portuguesa da Escola Nova Lourenço Castanho, de São Paulo, e autora do plano de aula elaborado para turmas de 5ª série. "A anedota tem um estilo despojado e simples, mas que exige elaboração. As melhores histórias são as que utilizam recursos como a sutileza e a ironia em sua construção", explica. </P>
As anedotas, como todo texto oral ou escrito, revelam valores, crenças e conflitos de uma sociedade. Por que as loiras, os portugueses e os cegos são personagens de muitas anedotas? Temas recorrentes como esses são um gancho para discutir preconceitos com a classe. Depois, mostre a estrutura do discurso oral e escrito que caracteriza a anedota e aproveite o texto de Ricardo Azevedo para rir com a garotada, enquanto desenvolve a leitura, a escrita e a oralidade.</p>
Como identificar a estrutura de uma piada
A anedota recontada por Ricardo Azevedo é bastante típica porque tem como tema o papagaio, ave associada no folclore brasileiro à esperteza, à astúcia e à capacidade de livrar-se de situações difíceis. "Ele é um símbolo do Brasil. Tanto que o país é chamado de Terra Papagalli pelos cronistas portugueses que chegaram aqui depois do descobrimento", lembra Roberta.
Para perceber o ritmo do texto, peça para os alunos lerem a anedota em voz alta. Ele inicia com informações curtas e diretas sobre o mau comportamento do papagaio; passa ao desrespeito à visita — o que gera um castigo; para só então chegar à parte final, em que o protagonista demonstra arrependimento.
Um bom exercício de reflexão é questionar onde está o humor do texto. Será no castigo atribuído ao papagaio?
Em suas peraltices? Comente que a graça da anedota de Ricardo Azevedo está não apenas no arrependimento do papagaio, em princípio tão senhor de si, mas principalmente no fato de ele se comparar a um frango depenado que se encontrava na geladeira. A ave imaginou que o "colega" fizera algo bem mais repreensível do que ele.
Passe, então para um mapeamento das principais marcas que diferenciam esse gênero dos demais. A anedota é um gênero oral e popular que tem como objetivo provocar o riso. Seu texto é construído sempre no passado, com frases curtas e diretas. Caracteriza-se pela apresentação de uma situação, a narração de um fato e o desfecho. O espaço é, de forma geral, pouco caracterizado.
Peça, então, para a classe responder às seguintes questões com base na leitura de Papagaio congelado:</p>
Qual o tipo de frase utilizada: longa ou curta?
Que efeitos causam no interlocutor?
Como é realizada a caracterização do espaço?</p>
Qual o tempo verbal que predomina no texto? Por quê?</p>
Qual a ordem das informações e como elas são apresentadas?</p>
Anedota de qualidade tem final inteligente
Discuta se esse texto lembra outras anedotas sobre a ave tagarela. Mostre que ele é parecido, sim, mas que se destaca pela qualidade. O autor não se valeu da repetição de lugares-comuns nem da exploração de preconceitos, como os que aparecem nas anedotas sobre mulheres loiras, cegos e sogras. Piadas de qualidade apresentam uma surpresa, não caem no óbvio e têm final inteligente, o que as diferencia daquelas que são escrachadas. Pergunte a opinião dos estudantes sobre as anedotas preconceituosas. Como eles se sentem quando se reconhecem nas narrativas?</p>
Para enriquecer o repertório da turma apresente autores como Stanislaw Ponte Preta (1923-1968) e Millôr Fernandes. Os dois são mestres nessa arte e suas anedotas se misturam a um outro gênero — a crônica.
Que tal a turma criar narrativas engraçadas?
Chegou a hora de explorar a oralidade e a produção de anedotas.
Peça para a turma pesquisar algumas com a família e levá-las para a aula, de cor ou escritas no caderno. Avise que as mais picantes e as que utilizam termos chulos não são bem-vindas. Todos deverão contar suas anedotas para os colegas, mas antes dê noções de uma boa apresentação:
estude a anedota antes de contar para não pular etapas e nem se esquecer dos fatos;
mude a voz de acordo com os personagens, faça gestos e interaja com os ouvintes para ter certeza de que eles estão acompanhando a narração.
O objetivo é desenvolver a linguagem oral e apontar as diferenças entre a apresentação oral e a leitura. Hoje é comum o envio de anedotas por e-mail, mas o remetente só consegue arrancar o riso do destinatário quando sabe escrever bem. Nesse caso, as ilustrações são elementos que ajudam no entendimento.
Peça que os estudantes criem uma anedota nova ou recriem uma das que foram contadas em classe, invertendo seu sentido original ou quebrando preconceitos e expectativas já gastas. O importante é lembrar à garotada a necessidade de trabalhar com um humor fino, baseado na sutileza e na ironia. Termine com um divertido festival de anedotas.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/edico ... dota.shtml (http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0180/aberto/anedota.shtml)]www.novaescola.com.br
Roberto
24-05-05, 10:33 PM
<font color="#CC0000">Anedota de qualidade tem final inteligente</font>
Discuta se esse texto lembra outras anedotas sobre a ave tagarela. Mostre que ele é parecido, sim, mas que se destaca pela qualidade. O autor não se valeu da repetição de lugares-comuns nem da exploração de preconceitos, como os que aparecem nas anedotas sobre mulheres loiras, cegos e sogras. Piadas de qualidade apresentam uma surpresa, não caem no óbvio e têm final inteligente, o que as diferencia daquelas que são escrachadas. Pergunte a opinião dos estudantes sobre as anedotas preconceituosas. Como eles se sentem quando se reconhecem nas narrativas?</p>
Destaco dois detalhes nessa matéria:
O alerta contra piadas preconceituosas;
Qualidade das piadas (final surpreendente).
Roberto
20-06-08, 08:17 PM
A DIDÁTICA DO HUMOR
Utilizando os risos para contagiar os alunos da Escola Dominical
Por: Valmir Nascimento Milomem Santos
Esse artigo postado em 2004 pelo Valmir foi publicado na Revista Ensinador Cristão número 36. Este é o segundo artigo postado pelo Valmir que foi publicado por esse periódico da CPAD. Parabéns Valmir!
:arrow: viewtopic.php?p=1717#p1717 (http://www.escoladominical.net/forum/viewtopic.php?p=1717#p1717)
Valmir Nascimento
06-07-08, 05:12 PM
Irmão Roberto,
Eu que agradeço pela oportunidade de ter publicado meu artigo aqui no site.
Em Cristo,
Valmir
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