Valmir Nascimento
21-01-05, 08:48 AM
AUTO-AJUDA OU AJUDA DO ALTO
Por: Valmir Nascimento
Vivemos na época do ‘auto’. Auto-ajuda, auto-estima, auto-análise, auto-aceitação, auto-afirmação, autoconfiança, auto-isso e auto-aquilo. O ego é o centro das atenções. O espetáculo da atualidade. O senhor de tudo. O remédio para as mazelas. A solução para os problemas.
Estás desanimado? Auto. Estás deprimido? Auto. Estás abalado? Auto. Queres progredir? Auto. Queres um amor? Auto. Queres prosperidade? Auto. Queres amigos? Auto. Anseias felicidade? Auto. Precisa de alegria? Auto.
Essa é a receita para o sucesso: Ame-se a si mesmo. Goste da sua pessoa. Apaixone-se por você. Adore-se. Descubra-se. Confie em si. Afinal, você é a pessoa mais importante desse mundo e se não gostar de si mesmo quem vai gostar então? Argumentam.
Essas alegações estão por todas as partes. Você as lê nas revistas, ouve-as na mídia e escuta-as, principalmente, nas palestras acerca do sucesso. Ela tem sido difundida, apregoada, utilizada e finalmente, endeusada.
Antes de adentrar, porém, ao mérito da questão devo ressaltar que não defendo o pessimismo nem advogo o pensamento negativista, do tipo “tudo vai dar errado”. Inegavelmente, as pessoas necessitam dispor de um mínimo de bom senso. Precisam acreditar no seu potencial e trabalhar em prol da melhoria pessoal, profissional e familiar.
Os indivíduos que negligenciam isso relegam tudo ao acaso, ou esperam que tudo caia do céu; mantêm-se inertes e desprovidos de iniciativa. Consideram-se incompetentes e inabilitados parar executar qualquer tipo de tarefa que lhes seja exigido. Mantêm-se trancafiados nos casulos do “não consigo”.
Por outro lado, à luz do livro dos livros, não se concebe o pensamento egocêntrico; o qual considera o homem como sendo o solucionador de todo o caos, a panacéia geral que trará a resolução às moléstias, prosperidade e felicidade.
O livro de Lair Ribeiro “O sucesso não ocorrer por acaso” está repleto dessas argumentações. Segundo esse palestrante do sucesso “Somos a força criadora da nossa vida. Comece já a reescrever sua história com as cores do sucesso, conquistando aquilo que você realmente deseja”. “Ouse fazer, e o poder lhe será dado!”.
Não é à toa que essa idéia ganha mais e mais adeptos. O livro acima citado, por exemplo, vendeu mais de 1.700.000 (Um milhão e setecentos mil) exemplares em trinta e cinco paises. Por que? Ora, a idéia do poder pessoal e do amor próprio seduz as pessoas. Diz aos indivíduos que eles são autônomos e independentes. Alega que se confiarmos em nós mesmos recebermos tudo o que quisermos, seremos felizes e, sobretudo, seremos prósperos. Quem não gosta de algo mágico como esse? Essas afirmações seduzem o homem e massageiam o seu ego, tornando-os donos de seus próprios narizes.
Deidre Bobgan argumenta que as fórmulas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão."
Qual o problema em amar a si mesmo?
Nesse ponto do texto alguém pode perguntar: Qual o problema em gostar de si mesmo? O problema não está no simples fato de gostar de si mesmo, afinal, Deus nos dotou do instituo de auto preservação e auto defesa, capacitou-nos com o senso de cuidado pessoal. Paulo colocou isso como algo natural "Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e cuida, como também o Senhor à Igreja".(Ef.5:29). O problema reside no extremo que as pessoas têm levado o amor próprio. Tem-se usurpado a naturalidade e beirado os limites do egocentrismo, individualismo, humanismo e mais outros ismos.
Uma das primeiras lições que Deus ministrou aos israelitas no deserto foi acerca da dependência a Ele. Todos os dias pela manhã Deus enviava o maná para o seu povo - a única refeição que eles dispunham para se alimentarem. As pessoas deveriam pegar o maná somente para o mesmo dia, não podiam estocar o alimento, pois certamente apodreceria. A única exceção era na sexta-feira que poderia apanhar alimento para o sábado também.
Acontece que essa situação deixava os israelitas completamente dependentes. “E se não vier maná amanha?”. “Será que Deus vai enviar alimento?”. Essas, com certeza, eram algumas dúvidas que pairavam na mente de alguns judeus, demonstrando claramente a falta de confiança no Criador. Eis o motivo pelo quais alguns deles tentaram armazenar o alimento, o que resultou numa experiência frustrada, é claro.
Ficar dependente de alguém é algo que as pessoas não querem; precisar dos outros é a ultima coisa que desejamos seja financeira, afetiva ou fisicamente. A doutrina da auto-ajuda tenta acabar exatamente com essa dependência, na medida em que joga para a si o senhorio da vida.
Objetiva quebrar o elo de ligação que nos une ao Todo Poderoso.
Assim, ao invés das pessoas buscarem a ajuda do alto, elas buscam a auto-ajuda. Ao invés de perseguirem o estima dos céus, partem no caminho da auto-estima. Ao contrário de amar a Deus e ao próximo, engendram meios de amarem a si mesmos.
Essas pessoas agem como aquela criança nos braços do pai, dizendo a ele: “Eu não preciso de você, eu necessito somente de mim”.“Basta somente eu confiar no meu potencial, o resto não importa”. Exato! Como pirralhos, dizem que já são crescidinhos e donos do próprio nariz.
Ignoram aquilo que lhes dá o suporte, o amparo, a respiração, a vida.
Ademais, devemos observar que Jesus não nos convidou para amar a nós mesmo, mas sim para um relacionamento de amor com Ele e para com os próximos. A alegria dos homens deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o amor deles, de um para o outro, não vem do amor-próprio e da auto-estima, tampouco aumenta a auto-estima. A ênfase está na comunhão, na frutificação e na prontidão para ser rejeitado pelo mundo.
E conforme bem disse Deidre Bobgan: Somente através da semântica forçada, da lógica violentada e da exegese ultrajada alguém pode querer demonstrar que a auto-estima é bíblica ou mesmo parte da tradição ou do ensino da igreja. Aliás, auto-ajuda e ajuda do alto são completamente contraditórios.
A auto-ajuda diz pra você se auto-afirmar. A ajuda do alto pede pra você se negar. A auto-ajuda diz pra você se aceitar. A ajuda do alto pede pra você se renunciar. A auto-ajuda diz que você tudo pode. A ajuda do alto diz que sem Ele você nada pode fazer. A auto-ajuda diz pra você confiarmos em si mesmo. A ajuda do alto pede pra você confiar no criador. A auto-ajuda diz para você carregar os seus valores. A ajuda do alto pede pra você carregar a sua cruz.
Valmir Nascimento M. Santos
http//geocities.yahoo.com.br/vnassan2002
Por: Valmir Nascimento
Vivemos na época do ‘auto’. Auto-ajuda, auto-estima, auto-análise, auto-aceitação, auto-afirmação, autoconfiança, auto-isso e auto-aquilo. O ego é o centro das atenções. O espetáculo da atualidade. O senhor de tudo. O remédio para as mazelas. A solução para os problemas.
Estás desanimado? Auto. Estás deprimido? Auto. Estás abalado? Auto. Queres progredir? Auto. Queres um amor? Auto. Queres prosperidade? Auto. Queres amigos? Auto. Anseias felicidade? Auto. Precisa de alegria? Auto.
Essa é a receita para o sucesso: Ame-se a si mesmo. Goste da sua pessoa. Apaixone-se por você. Adore-se. Descubra-se. Confie em si. Afinal, você é a pessoa mais importante desse mundo e se não gostar de si mesmo quem vai gostar então? Argumentam.
Essas alegações estão por todas as partes. Você as lê nas revistas, ouve-as na mídia e escuta-as, principalmente, nas palestras acerca do sucesso. Ela tem sido difundida, apregoada, utilizada e finalmente, endeusada.
Antes de adentrar, porém, ao mérito da questão devo ressaltar que não defendo o pessimismo nem advogo o pensamento negativista, do tipo “tudo vai dar errado”. Inegavelmente, as pessoas necessitam dispor de um mínimo de bom senso. Precisam acreditar no seu potencial e trabalhar em prol da melhoria pessoal, profissional e familiar.
Os indivíduos que negligenciam isso relegam tudo ao acaso, ou esperam que tudo caia do céu; mantêm-se inertes e desprovidos de iniciativa. Consideram-se incompetentes e inabilitados parar executar qualquer tipo de tarefa que lhes seja exigido. Mantêm-se trancafiados nos casulos do “não consigo”.
Por outro lado, à luz do livro dos livros, não se concebe o pensamento egocêntrico; o qual considera o homem como sendo o solucionador de todo o caos, a panacéia geral que trará a resolução às moléstias, prosperidade e felicidade.
O livro de Lair Ribeiro “O sucesso não ocorrer por acaso” está repleto dessas argumentações. Segundo esse palestrante do sucesso “Somos a força criadora da nossa vida. Comece já a reescrever sua história com as cores do sucesso, conquistando aquilo que você realmente deseja”. “Ouse fazer, e o poder lhe será dado!”.
Não é à toa que essa idéia ganha mais e mais adeptos. O livro acima citado, por exemplo, vendeu mais de 1.700.000 (Um milhão e setecentos mil) exemplares em trinta e cinco paises. Por que? Ora, a idéia do poder pessoal e do amor próprio seduz as pessoas. Diz aos indivíduos que eles são autônomos e independentes. Alega que se confiarmos em nós mesmos recebermos tudo o que quisermos, seremos felizes e, sobretudo, seremos prósperos. Quem não gosta de algo mágico como esse? Essas afirmações seduzem o homem e massageiam o seu ego, tornando-os donos de seus próprios narizes.
Deidre Bobgan argumenta que as fórmulas do valor-próprio, do amor-próprio e da auto-aceitação escorrem do tubo da televisão, fluem pelas ondas do rádio e seduzem através da publicidade. Do berço ao túmulo, os defensores do ego prometem a cura de todos os males da sociedade por meio de doses de auto-estima, valor-próprio, auto-aceitação e amor-próprio. E todo mundo, ou quase todos, repetem o refrão: "Você só precisa amar e aceitar a si próprio como você é. Você precisa se perdoar", e: "Eu só tenho de aceitar-me como sou. Eu mereço. Eu sou uma pessoa digna de amor, de valorização, de perdão."
Qual o problema em amar a si mesmo?
Nesse ponto do texto alguém pode perguntar: Qual o problema em gostar de si mesmo? O problema não está no simples fato de gostar de si mesmo, afinal, Deus nos dotou do instituo de auto preservação e auto defesa, capacitou-nos com o senso de cuidado pessoal. Paulo colocou isso como algo natural "Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e cuida, como também o Senhor à Igreja".(Ef.5:29). O problema reside no extremo que as pessoas têm levado o amor próprio. Tem-se usurpado a naturalidade e beirado os limites do egocentrismo, individualismo, humanismo e mais outros ismos.
Uma das primeiras lições que Deus ministrou aos israelitas no deserto foi acerca da dependência a Ele. Todos os dias pela manhã Deus enviava o maná para o seu povo - a única refeição que eles dispunham para se alimentarem. As pessoas deveriam pegar o maná somente para o mesmo dia, não podiam estocar o alimento, pois certamente apodreceria. A única exceção era na sexta-feira que poderia apanhar alimento para o sábado também.
Acontece que essa situação deixava os israelitas completamente dependentes. “E se não vier maná amanha?”. “Será que Deus vai enviar alimento?”. Essas, com certeza, eram algumas dúvidas que pairavam na mente de alguns judeus, demonstrando claramente a falta de confiança no Criador. Eis o motivo pelo quais alguns deles tentaram armazenar o alimento, o que resultou numa experiência frustrada, é claro.
Ficar dependente de alguém é algo que as pessoas não querem; precisar dos outros é a ultima coisa que desejamos seja financeira, afetiva ou fisicamente. A doutrina da auto-ajuda tenta acabar exatamente com essa dependência, na medida em que joga para a si o senhorio da vida.
Objetiva quebrar o elo de ligação que nos une ao Todo Poderoso.
Assim, ao invés das pessoas buscarem a ajuda do alto, elas buscam a auto-ajuda. Ao invés de perseguirem o estima dos céus, partem no caminho da auto-estima. Ao contrário de amar a Deus e ao próximo, engendram meios de amarem a si mesmos.
Essas pessoas agem como aquela criança nos braços do pai, dizendo a ele: “Eu não preciso de você, eu necessito somente de mim”.“Basta somente eu confiar no meu potencial, o resto não importa”. Exato! Como pirralhos, dizem que já são crescidinhos e donos do próprio nariz.
Ignoram aquilo que lhes dá o suporte, o amparo, a respiração, a vida.
Ademais, devemos observar que Jesus não nos convidou para amar a nós mesmo, mas sim para um relacionamento de amor com Ele e para com os próximos. A alegria dos homens deve ser encontrada nEle, não em si mesmos. O amor vem de Seu amor por eles. Assim o amor deles, de um para o outro, não vem do amor-próprio e da auto-estima, tampouco aumenta a auto-estima. A ênfase está na comunhão, na frutificação e na prontidão para ser rejeitado pelo mundo.
E conforme bem disse Deidre Bobgan: Somente através da semântica forçada, da lógica violentada e da exegese ultrajada alguém pode querer demonstrar que a auto-estima é bíblica ou mesmo parte da tradição ou do ensino da igreja. Aliás, auto-ajuda e ajuda do alto são completamente contraditórios.
A auto-ajuda diz pra você se auto-afirmar. A ajuda do alto pede pra você se negar. A auto-ajuda diz pra você se aceitar. A ajuda do alto pede pra você se renunciar. A auto-ajuda diz que você tudo pode. A ajuda do alto diz que sem Ele você nada pode fazer. A auto-ajuda diz pra você confiarmos em si mesmo. A ajuda do alto pede pra você confiar no criador. A auto-ajuda diz para você carregar os seus valores. A ajuda do alto pede pra você carregar a sua cruz.
Valmir Nascimento M. Santos
http//geocities.yahoo.com.br/vnassan2002