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Ver Versão Completa : Robert Kalley - historia missionária



Lily
10-11-10, 10:28 PM
Estou precisando de visual para contar a historia missionária de Robert Kalley quando veio para o Brasil, vou contar esta historia para crianças de 4 e 5 anos, você pode me ajudar. obrigada Eliana :P

SandraMac
10-11-10, 11:03 PM
Oi, Lily!
Não sei quais fatos da vida desse missionário vc pretende passar para crianças dessa faixa etária.
Então, focando talvez no casal, na viagem de navio, na travessia do mar... enfim, nesses aspectos, vc poderia confeccionar cenários e usar bonecos para contar a história.
Não fique presa ao uso de figuras....

Utilize as muitas ideias para confeccionar os mais diversos tipos de bonecos postadas neste Tópico sobre fantoches:
==> http://www.escoladominical.net/forumdisplay.php?98-Fantoches-e-Dedoches
Use roupas de época nos bonecos, barba comprida para o Missionário Robert, saia longa para sua esposa, etc.
Vc pode fazer de rolinho de papel, de caixa de leite, etc.

Faça a maleta de médico.
Confeccione caixinhas para ser as malas de viagem, etc.
E tem o navio.... eles viajaram de navio... pode confeccionar também de EVA, ficaria ótimo!

Pesquise ideias para confeccionar cenários neste outro Tópico:
==> http://www.escoladominical.net/showthread.php?1024-Caixa-Cen%E1rio-e-Cen%E1rios-outros

Para essa faixa etária de 4 e 5 anos esses recursos são maravilhosos para prender a atenção das crianças!
Que o Espírito Santo te inspire!
Abraços, Sandra



Estou precisando de visual para contar a historia missionária de Robert Kalley quando veio para o Brasil, vou contar esta historia para crianças de 4 e 5 anos, você pode me ajudar. obrigada Eliana :P

SandraMac
12-11-10, 10:53 PM
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Robert Reid Kalley era escocês, natural de Mount Florida, nos arredores de Glasgow, condato de Lamark, onde nasceu no dia 08 de setembro de 1809. Seus pais foram Robert Kalley, abastado negociante na cidade, e Jane Reid Kalley, que pertenciam à Igreja Presbiteriana da Escócia e o fizeram batizar aos 38 dias de idade, na igreja local.

No dia 9 de abril de 1855, Kalley e sua esposa Sarah embarcam na cidade de Southampton, Inglaterra, em rota mensal de vapores de Royal British Mail Steamship sido estabelecida esta rota, que simbolizava um corredor de progresso para brasileiros e ingleses. O Brasil iniciava um ciclo de desenvolvimento acelerado, e em 3 de maio de 1855, em mensagem dirigida à Assembléia Nacional, D. Pedro II demonstrava entre seus propósitos aumentar a população brasileira, com a chegada de imigrantes, visando o progresso da nação.

O casal Kalley representava estes novos brasileiros, estrangeiros que se dispunham a participar do projeto colonizador do país, atuando em prol de seu desenvolvimento. Na época a sociedade brasileira mudava sua característica estritamente agrária, passando a iniciar o surto da industrialização e urbanização, principalmente nos núcleos portuários, intensificando o comércio e as distinções entre as classes sociais. Até o final da década de sessenta foram abertas sessenta e duas empresas industriais, quatorze bancos, três caixas econômicas, vinte companhias de navegação a vapor, vinte e três companhias de seguro, quatro companhias de colonização, oito de mineração, três de transporte urbano, duas de gás e oito estradas de ferro.

A partir de 1850 começou a abertura de estabelecimentos bancários privados, e em 1851 abriu-se a Bolsa do Rio de Janeiro. A população do Rio de Janeiro chegaria, na década de 1860 a 300.000 habitantes, contando com grande nobreza, e durante o maior período do ano, com representantes políticos provinciais, além dos embaixadores e cônsules estrangeiros.

O casal Kalley chegou ao Brasil neste momento histórico em que o cenário era tremendamente favorável; politicamente com a abertura do país aos imigrantes, e religiosamente pela fragilização da igreja oficial. O casal formava uma estranha delegação missionária, um casal britânico independente, sem quaisquer laços com igrejas ou missões. Kalley, um escocês de origem presbiteriana, que fora censurado em sua própria igreja, não sendo reconhecido como pastor e missionário quando de seu ministério na Ilha da Madeira. Sarah, congregacional inglesa de Torquay, e pelos laços de sangue, representante simbólica de uma segunda tentativa de invasão huguenote no Rio de Janeiro, quase trezentos anos após Pedro Richier celebrar o primeiro culto ali (10/03/1557).

Após desembarcarem no Rio de Janeiro, Kalley e sua esposa ficaram onze dias no Hotel Pharoux, não adaptando-se ao mesmo, devido o mau cheiro da praia e ao barulho das barcas Ferry. Em 21 de maio mudaram-se para o Hotel dos Estrangeiros, localizado no Largo do Catete, onde ficaram até 7 de junho, quando subiram a Petrópolis, ficando hospedados no Hotel Oriental. O clima, a higiene, e a proximidade da nobreza e de imigrantes protestantes alemães fizeram com que os planos de se estabelecerem no Rio de Janeiro fossem deixados de lado. A cidade de Petrópolis possuía em 1855, 937 prédios de propriedade particular, população de 5.239 habitantes, dos quais 2.743 colonos alemães.

Na busca de uma residência em Petrópolis, Kalley deparou-se com uma propriedade de Alexandre Fry, chamada Gernheim ou Lar muito Amado. Naquela ocasião estava ocupada pelo Sr. Webb, embaixador americano, que deveria desocupá-la em breve (outubro de 1855). A primeira escola bíblica dominical ocorreu ali numa tarde de domingo, dia 19 de agosto de 1855 Gernheim fora gentilmente cedida à Sarah pela família Webb. Aparentemente o início da escola bíblica foi informal, visto que aconteceu dentro de uma casa emprestada. O casal Kalley ainda se encontrava residindo no Hotel Oriente, onde ficaria até 13 de outubro de 1855, data em que mudaria em definitivo para a Gernheim. Nesta primeira aula Sarah lecionou a história do profeta Jonas, participaram os filhos da Sra. Webb e da Sra. Carpenter (duas famílias inglesas). Além do estudo bíblico cantaram hinos e oraram: tudo em inglês.

A tradição de Sarah em escola bíblica dominical era muito mais forte do que a de Kalley, devido à sua influência ser muito maior na Inglaterra do que na Escócia naquela época. As Igrejas Congregacionais da Inglaterra inclusive possuíam, desde 1832, a Associação de Publicações da Escola Dominical que visava suprir a necessidade de literatura específica. Esta influência é explicada pelo fato da escola bíblica dominical ter iniciado na Inglaterra, na cidade de Gloucester no ano de 1780, através do jornalista Robert Raikes, numa região caracterizada pela forte atividade industrial têxtil.

O Núncio do Vaticano, associando-se ao Presidente da Província de Petrópolis, apresentou representação junto à Legação Britânica, solicitando que Kalley se retirasse de Petrópolis, ou cessasse com a propaganda protestante, alegando que tal ato não era admitido na Constituição Brasileira. No documento alertavam que Kalley havia sido, por este motivo, expulso da Ilha de Trindade e Ilha da Madeira, sendo portanto uma persona non grata. Esta representação foi dirigida a 1º de julho de 1859 ao acusado, através de H. W. Stuart, responsável pela Legação Britânica. A população de Petrópolis colocou-se ao lado de Kalley.

Pastor Douglas Nassif Cardoso
extraído do livro Robert Reid Kalley, Médico, Missionário e Profeta.
http://historiacongregacional.blogspo t.com.br/2009/10/robert-reid-kalley-200-anos-do-lobo.html