Roberto
07-10-09, 10:27 AM
Introdução
Muito freqüentemente vemos histórias fantásticas e sobrenaturais na Bíblia. Se você foi aluno da escola dominical quando criança, você terá recordações de estar sentado no chão em um semicírculo com seu professor provavelmente apresentado muitas pessoas fascinantes que até mesmo viveram muito tempo antes que Jesus nascesse. Mas provável você teve uma história favorita que encheu sua mente jovem e que fez seus olhos brilharem. Poucos discutiriam com a afirmação que das histórias da Bíblia, uma das mais populares é a de Davi e o gigante Golias. Que menino não se imaginou usando um estilingue como Davi? O que nós freqüentemente não nos lembramos é que as histórias e vidas detalhadas na Palavra de Deus estão lá com a finalidade de revelar verdades profundas, espirituais sobre Deus, o Filho dele, e como viver a vida Cristã. É uma história de ação emocionante. Mas a maior emoção são as verdades espirituais esplêndidas que são aplicável a nossas vidas atuais como crentes. Nós freqüentemente perdemos as implicações espirituais desta história por causa das façanhas espetaculares de Davi. Como apresentadores da Palavra de Deus, nós desejamos planar às alturas e erguer as visões e esperanças de nossos ouvintes para a sala do trono do próprio Deus. Na aula anterior vimos a crise espiritual que se instaurou sobre Israel. Os israelitas queriam ser como todas as outras nações, sendo conduzidos por um rei humano que comandaria o exército e protegeria as fronteiras do país, tinham rejeitado Deus como o rei deles. Eles implicitamente declararam a Samuel que Jeová era incapaz de governar os negócios civis e políticos da nação, Deus era impotente para ajudá-los, sendo que a dificuldades deles era de verem os próprios pecados e não o sistema de governo. Do êxodo, até à época dos Juízes, as vitórias de Israel não eram através de poder militar, mas pela intervenção do Espírito de Deus. A história inteira era um padrão de libertação milagrosa por Deus. Da época do Êxodo até o fim dos juízes, Deus conduziu Israel durante quase quatrocentos anos. Mas o povo de Deus estava ficando insatisfeito com isso, frustrados de viver por fé. Veremos nesta lição que uma das verdades na vitória de Davi sobre Golias é que Jeová manteria o mesmo padrão de libertação e que Deus “abriu mão” da teocracia direta não por uma liderança com habilidades militares, mas por uma liderança com profundidade espiritual.
Israel estava lutando com o inimigo perene e perpétuo deles, os Filisteus. Até mesmo antes de começar os Filisteus eram o inimigo de Israel. Afinal de contas, eles estavam primeiro naquela terra e tinham sido expulsos, ou pelo menos obrigados a se deslocarem-se para à extremidade da palestina, quando os Israelitas se mudaram. Deus advertiu Moisés que não levaria Israel pela rota mais curta, do Egito até Palestina, por causa da presença dos Filisteus (Êxodo 13:17). Deus soube que os filisteus eram um grupo feroz e bélico, e Ele não queria que o povo dele fosse desencorajado pela visão deles. As batalhas deles com o faraó egípcio Rameses III são descritas nas famosas pinturas de parede de Medinet Habu. Lendo a história de Israel, nós encontramos que durante toda a época dos juízes, e especialmente durante a época de Sansão, os filisteus eram os inimigos deles.
Os filisteus enviaram novamente tropas para invadir o território israelita, em Socó, território que pertencia a Judá. Saul tinha que fazer frente a essa nova investida filistéia, ele pôde agora empregar um exército regular para se opor às manobram dos filisteu. Os filisteus ficaram estacionados em uma colina em um lado, e os israelitas ficaram estacionados em uma colina no outro lado, e havia um vale entre eles.
O exército dos filisteus além de possuir uma poderosa vantagem numérica possuía carros de guerra de ferro que era a arma mais avançada da época. Também tiveram a seu serviço vários homens de altura incomum ao passo que a maioria dos soldados israelita só usavam roupa básica na batalha (cf. 13:22). Porém, cada lado parecia pouco disposto a fazer o primeiro movimento. Nós podemos desejar saber por que os filisteus não atacaram primeiro. Talvez a memória dolorosa do último encontro contra Israel ainda estivesse fresca na memória deles (capítulo 14), ou provavelmente o desfiladeiro preveniu uma agressão completa dos filisteus, causando a longa demora antes de se ocupar na batalha (v. 16). Mas havia um componente novo e amedrontador: o inimigo tinha um guerreiro de dimensões gigantescas. Após suas derrotas anteriores, os filisteus se valeram desta oportunidade para apresentar um tipo diferente de guerra aos israelitas. Colocaram à frente de suas tropas um campeão e demandaram que se adiantasse à frente um campeão israelita para um confronto individual. Era o combate representativo. O conceito era simples: o soldado escolhido dos israelitas devia lutar até a morte com Golias. Os resultados da competição também eram claros: a nação representada pelo soldado morto se tornaria sujeito à nação representada pelo vencedor. A teoria por trás de tal combate individual era a convicção que ou os deuses ou o deus mais forte concederiam vitória ao homem seja qual for que eles escolhessem. Uma vitória poderia ser ganha assim sem muita perda de vida, isto reduzia as vítimas e outros custos.
Golias não é chamado de gigante como se fosse um conto de fadas como normalmente é descrito nas literaturas de escola dominical, um “Hulk” filisteu, mas ele realmente era um homem muito grande cuja aparência física enviava ondas de choque para o exército de Israel. Estima-se que o campeão filisteu tinha aproximadamente 2,90 m. Esta passagem apresenta a descrição mais longa de um traje militar no Antigo Testamento. A armadura que usava protegia-lhe a frente e costas, era cosida junto aos ombros (com um espaço para a cabeça) e provavelmente alcançava os joelhos. Era formada de pratos de bronze que se sobrepunham um sobre o outro, como escamas de peixe. Esta é a verdadeira noção das condições originais. O inventário completo dessa armadura ainda trazia: capacete de bronze, caneleiras de bronze para proteção das pernas contra lanças inimigas, espada, lança e escudo. A estatura física, armadura, armamento, truculento, com sua grosseria característica, a guerra psicológica, Golias era um arsenal ambulante, deve ter causado a sensação de invencível. Golias era guerreiro completamente blindado sendo que a composição e peso dessa blindagem teriam reduzido drasticamente a habilidade de Golias responder com rapidez e agilidade em combate e sugere que ele não esperava um combate corpo-a-corpo. Todos armas de Golias só tinham valor para o combate aproximado, corpo-a-corpo; até mesmo a lança gigante, que era pesadíssima, não poderia ser lançada de maneira efetiva contra um oponente não mais que alguns poucos metros.
Hoje em dia a guerra tem um caráter muito diferente, não se tem registro na história moderna de combate representativo, mas no mundo de Israel, a guerra tinha vários códigos de convenção; e Israel teria sido totalmente humilhado se ignorasse ou recusasse o desafio de Golias. Mesmo assim, eles não encontraram ninguém com coragem de confrontar o campeão filisteu, nem Jônatas cuja coragem tinha sido notória em Micmás (capítulo 14), não se ofereceu; ou Abner, um dos generais de Saul, o comandante supremo do exército, não fez nenhum movimento para encontrar um soldado israelita musculoso que poderia dar para Golias pelo menos algum tipo de desafio, esteve em silêncio e inativo diante das maldições de Golias, nem mesmo Saul cuja altura foi enfatizada (9:2, 10:23), teria sido a escolha óbvia, mas não teve coragem de aceitar o desafio. Era um “beco-sem-saída” humilhante para Israel que durou aproximadamente seis semanas (verso 16), e como resultado o exército inteiro, Jônatas e Abner inclusive, estavam desmoralizados; além disso era situação que estenuava os recursos dos israelitas, empobrecia a monarquia. Esse combate representativo prolongado também teria tornado a vida mais difícil para os israelitas e suas famílias desde que este evento teria acontecido durante a primavera ou verão, quando teria sido necessário o trabalho dos homens adultos nas tarefas agrícolas. Este era o resultado prático da perda da presença de Deus e do Espírito de Deus, e fica claro que ambos eram vitais à liderança da nação, e realmente vitais ao bem-estar da nação. Durante quarenta dias, junto com o desafio vieram ameaças, insultos, palavras de sarcasmo, palavras blasfemas de desprezo contra o Deus de Israel. As maldições que foram proferidas por Golias não eram palavras meramente vazias, mas foram apoiadas presumivelmente na deidade dos filisteus.
A evidência extra da partida do Espírito de Deus de Saul é encontrada na ausência de investigação do Urim e Tumim, e nenhuma menção de oração para o Deus dos exércitos de Israel. Na aula anterior vimos a perda da fé nas alianças e promessas de Deus (veja Ex 23:22; Dt 3:22; 20:1-4). O medo deles também demonstra que os israelitas tinham falhado procurando segurança em um rei humano (aparte da confiança em Deus). Com base nas promessas de Deus, Israel nunca deveria temer os inimigos, mas confiar em Deus (veja 2 Sm 10:12; Ex 14:13-14; Nm 14:9; Js 10:8; 2Cr 20:17). Os exércitos israelitas e filisteus erraram em colocar a confiança em dispositivos humanos para segurança pessoal ou nacional (Salmos 33:16-17; Salmos 44:6-7; Eclesiastes 9:11; Oséias 1:7; Zacarias 4:6).
Deus quer usar o povo dele para glorificar o nome dele as todas as nações da terra. Este propósito estava envolvido desde a chamada de Abraão (Gn. 12:1-3) e na escolha do povo Israel (Dt 28:9-10). O propósito para curta estada de Israel no Egito e os julgamentos que Deus enviou contra faraó era para proclamação e glória do nome de Senhor sobre toda a terra (Ex 9:16). A divisão do Mar Vermelho para que Israel saísse, e a abertura do Rio Jordão era para testemunhar a todas as nações que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus (Js 4:23-24). Até mesmo o edifício do templo era uma testemunha às nações pagãs de forma que eles poderiam conhecê-LO e temê-LO (1 Reis 8:42-43). Se Saul tivesse sido um líder religioso, ele teria reivindicado Deuteronômio 20:1–4: “Quando saíres à peleja, contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo mais numeroso do que tu, deles não terás temor, pois contigo está o Senhor teu Deus que te fez subir da terra do Egito. Quando estiveres para entrar na peleja, o sacerdote se chegará e falará ao povo, e lhe dirá: Ouvi, é Israel; vós estais hoje para entrar na peleja contra os vossos inimigos; não se amoleça o vosso coração; não temais nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles; pois e Senhor vosso Deus é o que vai convosco, a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar”, e conduzido o exército dele a vitória; mas quando as pessoas estão fora da comunhão com Deus, eles só podem conduzir outros a derrota. Diante das maldições do filisteu ao povo de Deus, Saul poderia também poderia invocar Gênesis 12.3 “Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”, Deus estava obrigado pelo pacto com Abraão a amaldiçoar Golias e os filisteus. Anos mais tarde representantes do rei Senaqueribe foram aos portões de Jerusalém exaltarem a grandeza dos deuses da Assíria e ridicularizarem o Deus de Judá como incapaz de defender a cidade dele (2 Reis 18:17-36). O rei Ezequias foi orar, jejuar e chorar aos pés do Senhor, e enviou emissários ao profeta Isaías: “Porventura, o SENHOR, teu Deus, terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a quem o rei da Assíria, seu senhor, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenderá as palavras que o SENHOR ouviu; faze, pois, tuas orações pelos que ainda subsistem” Isaías 36:19. Fé tem assim o direito de discutir do passado ao futuro, porque tira de Deus recursos e paciência igualmente inesgotáveis.
A razão para a presença de Davi no campo de batalha
O exército de Israel era realmente uma milícia voluntária, diferente dos exércitos modernos, os soldados em exércitos antigos tinham que prover as próprias rações e armas. As famílias dos soldados proviam as rações para os parentes deles e outros combatentes. Davi tinha a responsabilidade de transportar as rações aos três irmãos dele como também ao comandante de mil (o comandante da unidade deles). Jessé também pedia a Davi que trouxesse garantias que os três filhos estivessem vivos: “Porém estes dez queijos de leite leva ao chefe de mil; e visitarás teus irmãos, a ver se lhes vai bem; e tomarás o seu penhor.” 1 Samuel 17:5 (Bíblia de Estudo Almeida Revista e Corrigida). O penhor (Hb. erabon) provavelmente era uma forma de compensação dada às famílias que ajudavam com as despesas do exército, talvez um tipo de nota promissória resgatável por uma certa porção da pilhagem que poderia ser levada dos filisteus no caso de uma vitória israelita; alternativamente, era uma forma segura de confirmar que os irmãos dele ainda estavam vivos. Davi chegou ao acampamento israelita de manhã cedo, no horário que o exército estava saindo para posicionarem para a batalha, mas evitando qualquer conflito aberto. Davi primeiro entregou as rações para o oficial responsável pelas provisões e então se deslocou para as linhas de batalha para checar as condições dos irmãos dele. Estando nas linhas de ataque a esta hora da manhã, Davi pôde testemunhar Golias entre os dois exércitos.
Retórica do Deus vivo?
Davi ficou chocado com o que ele ouviu. Jamais ele tinha ouvido alguém falar assim contra Deus. Davi achou difícil acreditar que ninguém tinha pensado em defender a honra de Deus. Ele desejou saber por que ninguém tinha respondido a esse incrédulo. O interesse dele não estava nas recompensas prometidas por Saul, mas a preocupação dele era a honra de Deus. Israel enfrentava a ameaça Filistéia com medo como se Deus fosse irrelevante à batalha. Para Davi é inconcebível avaliar uma batalha (ou qualquer outra coisa) aparte do Deus vivo. Ele sabia que havia um poder e um governante fora da extensão dos exércitos que relativizava o perigo. Israel ainda não parece pronto para receber o que Davi tinha a dizer e a oferecer. Saul estava desesperado e agarrando-se a qualquer fagulha de esperança. Saul deleitou-se em puder achar uma pessoa jovem que ainda acreditava inocentemente no sonho de Deus e país. Saul estava contente e curioso que havia alguém nesse acampamento derrotista que ainda usava genuinamente a retórica do “Deus vivo”.
Há pessoas que fazem as coisas acontecerem, há pessoas que assistem as coisas acontecerem e há pessoas não conhecem qualquer coisa que está acontecendo. Davi teve a perspicácia em Israel de saber o que estava acontecendo. Ele percebeu que isto não era um conflito físico entre dois exércitos, mas uma batalha espiritual entre verdade e erro, fé e superstição, entre o Deus vivo e verdadeiro e ídolos mortos. O deus dos filisteus era um ídolo inanimado; mas Jeová era o Deus vivo que já tinha provado o poder dele ao longo da história. Por que os que representam o Deus vivo seriam intimidados por um adorador de ídolo? (cf. 2 Rs 19:4). Não era nenhum tolo arroubo juvenil em busca do perigo e excitação. Ele não subestimou o perigo, mas ele viu isto na perspectiva dos propósitos de Deus.
Até agora todos estavam lidando com o que eles sentiam ser um problema militar. Davi suscitou o assunto teológico maior “... Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” 1 Samuel 17:13b. A pergunta de Davi irritou os irmãos dele que o criticaram pelo fato dele estar lá, de ter abandonado as ovelhas, e os motivos pelos quais estava ali (v. 28). Davi viu isto como uma competição entre o verdadeiro Deus de Israel e os falsos deuses dos filisteus. Há dois conceitos em tensão aqui. O primeiro é que o guerreiro mais forte, bem-equipado é um agente mais efetivo para os deuses que estão batalhando. Esta seria a base para Golias presumir superioridade. Davi está seguindo a lógica simplesmente a um fim inevitável para chegar ao segundo conceito. Se os deuses iriam, na realidade, lutar um contra o outro através dos agentes humanos, então a força e armas dos combatentes humanos são irrelevantes. Davi acredita que a batalha é o do Senhor e aquela vitória não depende de quem tem as melhores armas ou mais soldados. Da mesma maneira que a divisão do Mar Vermelho terrificou as nações (Ex 15:14-15), assim a morte de Golias demonstrará o poder do Deus de Israel. A confiança dele não estava em espada e proteção de armaduras impenetráveis mas na força do Deus da salvação dele. Às vezes parece a maior tentação que nós enfrentamos como filhos de Deus é duvidar do poder e da vontade de Deus em ajudar. Davi percebeu que há uma fonte de força maior que qualquer coisa nós podemos fazer.
Sozinho no Vale de Elá?
Os exércitos olharam em assombro. Não havia um homem em qualquer dos lados que desse a mínima chance a Davi. Naquele dia ele estava sozinho no Vale de Elá, ou outra pessoa invisível caminhava ao lado dele? Davi estava seguro da presença do Senhor. Ele depois escreveu “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo” Salmo 23:4 (veja também Salmos 124:2, 3, 6, 8). Um menino real ! Uma fé real, não encontrada em nenhum outro lugar em Israel!
Fé é acreditar que Deus fará como Ele prometeu. Fé não é um poder. Não é algo que temos de tocar tambor para o alto dentro de nós mesmos. Fé é confiança que Deus honrará as promessas dele. Centenas, talvez até mesmo milhares, de soldados israelitas tiveram maior treinamento para lutar com Golias do que Davi. Mas eles responderam às ameaças do gigante com paralisia e medo, tensão e frustração ansiosa. Por outro lado, Davi não parecia preocupado com nada. Por que não? Porque ele sabia que era uma batalha de Deus, não dele. Aparte do Deus vivo, ele sabia que não tinha nenhuma chance. Nem Davi, nem os soldados de Israel tiveram a habilidade natural para derrotar o gigante. Mas enquanto uma parte focalizou em suas próprias inabilidades e pânico, a outra parte focalizou então na provisão de Deus e permaneceu confiante. A única diferença era o foco. Coragem é um resultado de ter a atitude certa. Davi percebeu que ele não poderia ganhar na própria força dele. Ele soube que Deus tinha que estar com ele ou sofreria uma derrota. Davi testemunhou ao gigante, expressando completa confiança que Deus lhe daria a vitória para fazendo assim: (1) Deus estaria mostrando ao mundo inteiro que há um Deus e Israel e (2) Deus estaria mostrando ao exército dos israelitas que Deus não salva por espada e lança. Mas Saul não agarrou o radicalismo da fé de Davi. Saul tentou acomodar a fé de Davi às convenções de guerra (vv. 38-39a). Saul equipa Davi com toda a engrenagem padrão de um exército. Israel tinha ansiado para ter um rei como nações (8:5, 20), em reposta àquele pedido, receberam Saul. Saul se equipou para a batalha só “como as nações”, igual ao inimigo, igual ao filisteu. Saul pretendia reproduzir em Davi seu estilo covarde quando tentou equipá-lo com sua própria armadura. Se Davi tivesse seguido aquela rota, ele seria só uma pobre imitação ineficaz do filisteu. Mas Davi recusou, fazendo assim ele chama Israel de ser uma imitação das nações, fala do chamado missionário de Israel para as nações. Quando afinal os dois protagonistas se confrontaram, a competição terminou em um instante; como todo mundo sabe, foi Davi que venceu. Todos estão completamente familiarizados com os detalhes. Com uma arma primitiva ele mirou uma das poucas áreas vulneráveis (mesmo assim estava protegida) que poderiam fazer o oponente dele inconsciente e lançou uma primeira e única pedra que foi dirigida por um braço infalível, no poder do Todo-Poderoso que perfurou a testa de Golias, isso lhe permitiu se aproximar e usar a própria espada de Golia para matar a vítima inconsciente dele. Com a morte de Golias os filisteus foram empurrados de volta para o próprio território deles: Gate e Ecrom (verso 52) que eram duas das cinco principais cidades deles.
Conclusão
Vimos nesta aula que a narrativa bíblica não é principalmente uma história sobre coragem e esforço humano; ao invés disso, é sobre o poder de uma vida construído em torno de uma fé corajosa em Deus. Davi matou Golias sem usar uma espada ou uma lança, provando que Deus não precisa de armas para salvar o povo, mostrando o tipo, o padrão de todas as batalhas de Deus. As vitórias da fé são uma surpresa constante para o mundo e para uma Igreja mundana. É também uma historia para ser guardada no coração por todos que se sentem impotentes e indefensos para lutarem contra as estruturas do pecado, tão próprias do mundo contemporâneo.
Professor Roberto Ribeiro
Muito freqüentemente vemos histórias fantásticas e sobrenaturais na Bíblia. Se você foi aluno da escola dominical quando criança, você terá recordações de estar sentado no chão em um semicírculo com seu professor provavelmente apresentado muitas pessoas fascinantes que até mesmo viveram muito tempo antes que Jesus nascesse. Mas provável você teve uma história favorita que encheu sua mente jovem e que fez seus olhos brilharem. Poucos discutiriam com a afirmação que das histórias da Bíblia, uma das mais populares é a de Davi e o gigante Golias. Que menino não se imaginou usando um estilingue como Davi? O que nós freqüentemente não nos lembramos é que as histórias e vidas detalhadas na Palavra de Deus estão lá com a finalidade de revelar verdades profundas, espirituais sobre Deus, o Filho dele, e como viver a vida Cristã. É uma história de ação emocionante. Mas a maior emoção são as verdades espirituais esplêndidas que são aplicável a nossas vidas atuais como crentes. Nós freqüentemente perdemos as implicações espirituais desta história por causa das façanhas espetaculares de Davi. Como apresentadores da Palavra de Deus, nós desejamos planar às alturas e erguer as visões e esperanças de nossos ouvintes para a sala do trono do próprio Deus. Na aula anterior vimos a crise espiritual que se instaurou sobre Israel. Os israelitas queriam ser como todas as outras nações, sendo conduzidos por um rei humano que comandaria o exército e protegeria as fronteiras do país, tinham rejeitado Deus como o rei deles. Eles implicitamente declararam a Samuel que Jeová era incapaz de governar os negócios civis e políticos da nação, Deus era impotente para ajudá-los, sendo que a dificuldades deles era de verem os próprios pecados e não o sistema de governo. Do êxodo, até à época dos Juízes, as vitórias de Israel não eram através de poder militar, mas pela intervenção do Espírito de Deus. A história inteira era um padrão de libertação milagrosa por Deus. Da época do Êxodo até o fim dos juízes, Deus conduziu Israel durante quase quatrocentos anos. Mas o povo de Deus estava ficando insatisfeito com isso, frustrados de viver por fé. Veremos nesta lição que uma das verdades na vitória de Davi sobre Golias é que Jeová manteria o mesmo padrão de libertação e que Deus “abriu mão” da teocracia direta não por uma liderança com habilidades militares, mas por uma liderança com profundidade espiritual.
Israel estava lutando com o inimigo perene e perpétuo deles, os Filisteus. Até mesmo antes de começar os Filisteus eram o inimigo de Israel. Afinal de contas, eles estavam primeiro naquela terra e tinham sido expulsos, ou pelo menos obrigados a se deslocarem-se para à extremidade da palestina, quando os Israelitas se mudaram. Deus advertiu Moisés que não levaria Israel pela rota mais curta, do Egito até Palestina, por causa da presença dos Filisteus (Êxodo 13:17). Deus soube que os filisteus eram um grupo feroz e bélico, e Ele não queria que o povo dele fosse desencorajado pela visão deles. As batalhas deles com o faraó egípcio Rameses III são descritas nas famosas pinturas de parede de Medinet Habu. Lendo a história de Israel, nós encontramos que durante toda a época dos juízes, e especialmente durante a época de Sansão, os filisteus eram os inimigos deles.
Os filisteus enviaram novamente tropas para invadir o território israelita, em Socó, território que pertencia a Judá. Saul tinha que fazer frente a essa nova investida filistéia, ele pôde agora empregar um exército regular para se opor às manobram dos filisteu. Os filisteus ficaram estacionados em uma colina em um lado, e os israelitas ficaram estacionados em uma colina no outro lado, e havia um vale entre eles.
O exército dos filisteus além de possuir uma poderosa vantagem numérica possuía carros de guerra de ferro que era a arma mais avançada da época. Também tiveram a seu serviço vários homens de altura incomum ao passo que a maioria dos soldados israelita só usavam roupa básica na batalha (cf. 13:22). Porém, cada lado parecia pouco disposto a fazer o primeiro movimento. Nós podemos desejar saber por que os filisteus não atacaram primeiro. Talvez a memória dolorosa do último encontro contra Israel ainda estivesse fresca na memória deles (capítulo 14), ou provavelmente o desfiladeiro preveniu uma agressão completa dos filisteus, causando a longa demora antes de se ocupar na batalha (v. 16). Mas havia um componente novo e amedrontador: o inimigo tinha um guerreiro de dimensões gigantescas. Após suas derrotas anteriores, os filisteus se valeram desta oportunidade para apresentar um tipo diferente de guerra aos israelitas. Colocaram à frente de suas tropas um campeão e demandaram que se adiantasse à frente um campeão israelita para um confronto individual. Era o combate representativo. O conceito era simples: o soldado escolhido dos israelitas devia lutar até a morte com Golias. Os resultados da competição também eram claros: a nação representada pelo soldado morto se tornaria sujeito à nação representada pelo vencedor. A teoria por trás de tal combate individual era a convicção que ou os deuses ou o deus mais forte concederiam vitória ao homem seja qual for que eles escolhessem. Uma vitória poderia ser ganha assim sem muita perda de vida, isto reduzia as vítimas e outros custos.
Golias não é chamado de gigante como se fosse um conto de fadas como normalmente é descrito nas literaturas de escola dominical, um “Hulk” filisteu, mas ele realmente era um homem muito grande cuja aparência física enviava ondas de choque para o exército de Israel. Estima-se que o campeão filisteu tinha aproximadamente 2,90 m. Esta passagem apresenta a descrição mais longa de um traje militar no Antigo Testamento. A armadura que usava protegia-lhe a frente e costas, era cosida junto aos ombros (com um espaço para a cabeça) e provavelmente alcançava os joelhos. Era formada de pratos de bronze que se sobrepunham um sobre o outro, como escamas de peixe. Esta é a verdadeira noção das condições originais. O inventário completo dessa armadura ainda trazia: capacete de bronze, caneleiras de bronze para proteção das pernas contra lanças inimigas, espada, lança e escudo. A estatura física, armadura, armamento, truculento, com sua grosseria característica, a guerra psicológica, Golias era um arsenal ambulante, deve ter causado a sensação de invencível. Golias era guerreiro completamente blindado sendo que a composição e peso dessa blindagem teriam reduzido drasticamente a habilidade de Golias responder com rapidez e agilidade em combate e sugere que ele não esperava um combate corpo-a-corpo. Todos armas de Golias só tinham valor para o combate aproximado, corpo-a-corpo; até mesmo a lança gigante, que era pesadíssima, não poderia ser lançada de maneira efetiva contra um oponente não mais que alguns poucos metros.
Hoje em dia a guerra tem um caráter muito diferente, não se tem registro na história moderna de combate representativo, mas no mundo de Israel, a guerra tinha vários códigos de convenção; e Israel teria sido totalmente humilhado se ignorasse ou recusasse o desafio de Golias. Mesmo assim, eles não encontraram ninguém com coragem de confrontar o campeão filisteu, nem Jônatas cuja coragem tinha sido notória em Micmás (capítulo 14), não se ofereceu; ou Abner, um dos generais de Saul, o comandante supremo do exército, não fez nenhum movimento para encontrar um soldado israelita musculoso que poderia dar para Golias pelo menos algum tipo de desafio, esteve em silêncio e inativo diante das maldições de Golias, nem mesmo Saul cuja altura foi enfatizada (9:2, 10:23), teria sido a escolha óbvia, mas não teve coragem de aceitar o desafio. Era um “beco-sem-saída” humilhante para Israel que durou aproximadamente seis semanas (verso 16), e como resultado o exército inteiro, Jônatas e Abner inclusive, estavam desmoralizados; além disso era situação que estenuava os recursos dos israelitas, empobrecia a monarquia. Esse combate representativo prolongado também teria tornado a vida mais difícil para os israelitas e suas famílias desde que este evento teria acontecido durante a primavera ou verão, quando teria sido necessário o trabalho dos homens adultos nas tarefas agrícolas. Este era o resultado prático da perda da presença de Deus e do Espírito de Deus, e fica claro que ambos eram vitais à liderança da nação, e realmente vitais ao bem-estar da nação. Durante quarenta dias, junto com o desafio vieram ameaças, insultos, palavras de sarcasmo, palavras blasfemas de desprezo contra o Deus de Israel. As maldições que foram proferidas por Golias não eram palavras meramente vazias, mas foram apoiadas presumivelmente na deidade dos filisteus.
A evidência extra da partida do Espírito de Deus de Saul é encontrada na ausência de investigação do Urim e Tumim, e nenhuma menção de oração para o Deus dos exércitos de Israel. Na aula anterior vimos a perda da fé nas alianças e promessas de Deus (veja Ex 23:22; Dt 3:22; 20:1-4). O medo deles também demonstra que os israelitas tinham falhado procurando segurança em um rei humano (aparte da confiança em Deus). Com base nas promessas de Deus, Israel nunca deveria temer os inimigos, mas confiar em Deus (veja 2 Sm 10:12; Ex 14:13-14; Nm 14:9; Js 10:8; 2Cr 20:17). Os exércitos israelitas e filisteus erraram em colocar a confiança em dispositivos humanos para segurança pessoal ou nacional (Salmos 33:16-17; Salmos 44:6-7; Eclesiastes 9:11; Oséias 1:7; Zacarias 4:6).
Deus quer usar o povo dele para glorificar o nome dele as todas as nações da terra. Este propósito estava envolvido desde a chamada de Abraão (Gn. 12:1-3) e na escolha do povo Israel (Dt 28:9-10). O propósito para curta estada de Israel no Egito e os julgamentos que Deus enviou contra faraó era para proclamação e glória do nome de Senhor sobre toda a terra (Ex 9:16). A divisão do Mar Vermelho para que Israel saísse, e a abertura do Rio Jordão era para testemunhar a todas as nações que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus (Js 4:23-24). Até mesmo o edifício do templo era uma testemunha às nações pagãs de forma que eles poderiam conhecê-LO e temê-LO (1 Reis 8:42-43). Se Saul tivesse sido um líder religioso, ele teria reivindicado Deuteronômio 20:1–4: “Quando saíres à peleja, contra teus inimigos, e vires cavalos, e carros, e povo mais numeroso do que tu, deles não terás temor, pois contigo está o Senhor teu Deus que te fez subir da terra do Egito. Quando estiveres para entrar na peleja, o sacerdote se chegará e falará ao povo, e lhe dirá: Ouvi, é Israel; vós estais hoje para entrar na peleja contra os vossos inimigos; não se amoleça o vosso coração; não temais nem tremais, nem vos aterrorizeis diante deles; pois e Senhor vosso Deus é o que vai convosco, a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar”, e conduzido o exército dele a vitória; mas quando as pessoas estão fora da comunhão com Deus, eles só podem conduzir outros a derrota. Diante das maldições do filisteu ao povo de Deus, Saul poderia também poderia invocar Gênesis 12.3 “Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”, Deus estava obrigado pelo pacto com Abraão a amaldiçoar Golias e os filisteus. Anos mais tarde representantes do rei Senaqueribe foram aos portões de Jerusalém exaltarem a grandeza dos deuses da Assíria e ridicularizarem o Deus de Judá como incapaz de defender a cidade dele (2 Reis 18:17-36). O rei Ezequias foi orar, jejuar e chorar aos pés do Senhor, e enviou emissários ao profeta Isaías: “Porventura, o SENHOR, teu Deus, terá ouvido as palavras de Rabsaqué, a quem o rei da Assíria, seu senhor, enviou para afrontar o Deus vivo, e repreenderá as palavras que o SENHOR ouviu; faze, pois, tuas orações pelos que ainda subsistem” Isaías 36:19. Fé tem assim o direito de discutir do passado ao futuro, porque tira de Deus recursos e paciência igualmente inesgotáveis.
A razão para a presença de Davi no campo de batalha
O exército de Israel era realmente uma milícia voluntária, diferente dos exércitos modernos, os soldados em exércitos antigos tinham que prover as próprias rações e armas. As famílias dos soldados proviam as rações para os parentes deles e outros combatentes. Davi tinha a responsabilidade de transportar as rações aos três irmãos dele como também ao comandante de mil (o comandante da unidade deles). Jessé também pedia a Davi que trouxesse garantias que os três filhos estivessem vivos: “Porém estes dez queijos de leite leva ao chefe de mil; e visitarás teus irmãos, a ver se lhes vai bem; e tomarás o seu penhor.” 1 Samuel 17:5 (Bíblia de Estudo Almeida Revista e Corrigida). O penhor (Hb. erabon) provavelmente era uma forma de compensação dada às famílias que ajudavam com as despesas do exército, talvez um tipo de nota promissória resgatável por uma certa porção da pilhagem que poderia ser levada dos filisteus no caso de uma vitória israelita; alternativamente, era uma forma segura de confirmar que os irmãos dele ainda estavam vivos. Davi chegou ao acampamento israelita de manhã cedo, no horário que o exército estava saindo para posicionarem para a batalha, mas evitando qualquer conflito aberto. Davi primeiro entregou as rações para o oficial responsável pelas provisões e então se deslocou para as linhas de batalha para checar as condições dos irmãos dele. Estando nas linhas de ataque a esta hora da manhã, Davi pôde testemunhar Golias entre os dois exércitos.
Retórica do Deus vivo?
Davi ficou chocado com o que ele ouviu. Jamais ele tinha ouvido alguém falar assim contra Deus. Davi achou difícil acreditar que ninguém tinha pensado em defender a honra de Deus. Ele desejou saber por que ninguém tinha respondido a esse incrédulo. O interesse dele não estava nas recompensas prometidas por Saul, mas a preocupação dele era a honra de Deus. Israel enfrentava a ameaça Filistéia com medo como se Deus fosse irrelevante à batalha. Para Davi é inconcebível avaliar uma batalha (ou qualquer outra coisa) aparte do Deus vivo. Ele sabia que havia um poder e um governante fora da extensão dos exércitos que relativizava o perigo. Israel ainda não parece pronto para receber o que Davi tinha a dizer e a oferecer. Saul estava desesperado e agarrando-se a qualquer fagulha de esperança. Saul deleitou-se em puder achar uma pessoa jovem que ainda acreditava inocentemente no sonho de Deus e país. Saul estava contente e curioso que havia alguém nesse acampamento derrotista que ainda usava genuinamente a retórica do “Deus vivo”.
Há pessoas que fazem as coisas acontecerem, há pessoas que assistem as coisas acontecerem e há pessoas não conhecem qualquer coisa que está acontecendo. Davi teve a perspicácia em Israel de saber o que estava acontecendo. Ele percebeu que isto não era um conflito físico entre dois exércitos, mas uma batalha espiritual entre verdade e erro, fé e superstição, entre o Deus vivo e verdadeiro e ídolos mortos. O deus dos filisteus era um ídolo inanimado; mas Jeová era o Deus vivo que já tinha provado o poder dele ao longo da história. Por que os que representam o Deus vivo seriam intimidados por um adorador de ídolo? (cf. 2 Rs 19:4). Não era nenhum tolo arroubo juvenil em busca do perigo e excitação. Ele não subestimou o perigo, mas ele viu isto na perspectiva dos propósitos de Deus.
Até agora todos estavam lidando com o que eles sentiam ser um problema militar. Davi suscitou o assunto teológico maior “... Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” 1 Samuel 17:13b. A pergunta de Davi irritou os irmãos dele que o criticaram pelo fato dele estar lá, de ter abandonado as ovelhas, e os motivos pelos quais estava ali (v. 28). Davi viu isto como uma competição entre o verdadeiro Deus de Israel e os falsos deuses dos filisteus. Há dois conceitos em tensão aqui. O primeiro é que o guerreiro mais forte, bem-equipado é um agente mais efetivo para os deuses que estão batalhando. Esta seria a base para Golias presumir superioridade. Davi está seguindo a lógica simplesmente a um fim inevitável para chegar ao segundo conceito. Se os deuses iriam, na realidade, lutar um contra o outro através dos agentes humanos, então a força e armas dos combatentes humanos são irrelevantes. Davi acredita que a batalha é o do Senhor e aquela vitória não depende de quem tem as melhores armas ou mais soldados. Da mesma maneira que a divisão do Mar Vermelho terrificou as nações (Ex 15:14-15), assim a morte de Golias demonstrará o poder do Deus de Israel. A confiança dele não estava em espada e proteção de armaduras impenetráveis mas na força do Deus da salvação dele. Às vezes parece a maior tentação que nós enfrentamos como filhos de Deus é duvidar do poder e da vontade de Deus em ajudar. Davi percebeu que há uma fonte de força maior que qualquer coisa nós podemos fazer.
Sozinho no Vale de Elá?
Os exércitos olharam em assombro. Não havia um homem em qualquer dos lados que desse a mínima chance a Davi. Naquele dia ele estava sozinho no Vale de Elá, ou outra pessoa invisível caminhava ao lado dele? Davi estava seguro da presença do Senhor. Ele depois escreveu “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo” Salmo 23:4 (veja também Salmos 124:2, 3, 6, 8). Um menino real ! Uma fé real, não encontrada em nenhum outro lugar em Israel!
Fé é acreditar que Deus fará como Ele prometeu. Fé não é um poder. Não é algo que temos de tocar tambor para o alto dentro de nós mesmos. Fé é confiança que Deus honrará as promessas dele. Centenas, talvez até mesmo milhares, de soldados israelitas tiveram maior treinamento para lutar com Golias do que Davi. Mas eles responderam às ameaças do gigante com paralisia e medo, tensão e frustração ansiosa. Por outro lado, Davi não parecia preocupado com nada. Por que não? Porque ele sabia que era uma batalha de Deus, não dele. Aparte do Deus vivo, ele sabia que não tinha nenhuma chance. Nem Davi, nem os soldados de Israel tiveram a habilidade natural para derrotar o gigante. Mas enquanto uma parte focalizou em suas próprias inabilidades e pânico, a outra parte focalizou então na provisão de Deus e permaneceu confiante. A única diferença era o foco. Coragem é um resultado de ter a atitude certa. Davi percebeu que ele não poderia ganhar na própria força dele. Ele soube que Deus tinha que estar com ele ou sofreria uma derrota. Davi testemunhou ao gigante, expressando completa confiança que Deus lhe daria a vitória para fazendo assim: (1) Deus estaria mostrando ao mundo inteiro que há um Deus e Israel e (2) Deus estaria mostrando ao exército dos israelitas que Deus não salva por espada e lança. Mas Saul não agarrou o radicalismo da fé de Davi. Saul tentou acomodar a fé de Davi às convenções de guerra (vv. 38-39a). Saul equipa Davi com toda a engrenagem padrão de um exército. Israel tinha ansiado para ter um rei como nações (8:5, 20), em reposta àquele pedido, receberam Saul. Saul se equipou para a batalha só “como as nações”, igual ao inimigo, igual ao filisteu. Saul pretendia reproduzir em Davi seu estilo covarde quando tentou equipá-lo com sua própria armadura. Se Davi tivesse seguido aquela rota, ele seria só uma pobre imitação ineficaz do filisteu. Mas Davi recusou, fazendo assim ele chama Israel de ser uma imitação das nações, fala do chamado missionário de Israel para as nações. Quando afinal os dois protagonistas se confrontaram, a competição terminou em um instante; como todo mundo sabe, foi Davi que venceu. Todos estão completamente familiarizados com os detalhes. Com uma arma primitiva ele mirou uma das poucas áreas vulneráveis (mesmo assim estava protegida) que poderiam fazer o oponente dele inconsciente e lançou uma primeira e única pedra que foi dirigida por um braço infalível, no poder do Todo-Poderoso que perfurou a testa de Golias, isso lhe permitiu se aproximar e usar a própria espada de Golia para matar a vítima inconsciente dele. Com a morte de Golias os filisteus foram empurrados de volta para o próprio território deles: Gate e Ecrom (verso 52) que eram duas das cinco principais cidades deles.
Conclusão
Vimos nesta aula que a narrativa bíblica não é principalmente uma história sobre coragem e esforço humano; ao invés disso, é sobre o poder de uma vida construído em torno de uma fé corajosa em Deus. Davi matou Golias sem usar uma espada ou uma lança, provando que Deus não precisa de armas para salvar o povo, mostrando o tipo, o padrão de todas as batalhas de Deus. As vitórias da fé são uma surpresa constante para o mundo e para uma Igreja mundana. É também uma historia para ser guardada no coração por todos que se sentem impotentes e indefensos para lutarem contra as estruturas do pecado, tão próprias do mundo contemporâneo.
Professor Roberto Ribeiro